OMAR GRANT O’GRADY – NATAL
STPM JOTA MARIA - MOSSORÓ-RN, 2 DE ABRIL DE 2024
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FATOS POLICIAIS
STPM JOTA MARIA
terça-feira, 2 de abril de 2024
OMAR GRANT O’GRADY
OMAR GRANT O’GRADY, FOI PRESIDENTE
DA INTENDÊNCIA MUNICIPAL DE NATAL, NO PERÍODO DE 15 DE JUNHO DE 1924 A 31 DE
DEZEMBRO DE 1928; PRIMEIRO PREFEITO CONSTITUCIONAL DE NATAL, ELEITO EM 02 DE
SETEMBRO DE 1928, TOMOU POSSE EM 01 DE JANEIRO DE 1929 E TEVE O SEU MANDATO
INTERROMPIDO EM 8 DE OUTUBRO DE 1930, PELA RESOLUÇÃO DE 1930
OMAR GRANT O’GRADY
O engenheiro Omar Grant O’Grady nasceu em Natal a 18 de
Fevereiro de 1894, falecendo na cidade do Rio de Janeiro, aos 91 anos, em
31-10-1985. Filho do canadense, de origem irlandesa, Alexandre James O’Grady e
da norte-rio-grandense Estefânia Alzira Moreira O’Grady, viveu e estudou na
cidade até o início da década de 1910, quando, possivelmente entre 1913 ou
1914, embarcou para Chicago, nos Estados Unidos, onde cursaria Engenharia Civil
pelo então Armour Institute of Technology – AIT (atualmente Illinois Institute
of Technology – IIT). Formando-se em 1917, com um projeto de uma represa e uma
hidrelétrica (“Design of a Hollow Dam and Hydro-Electric Plant”) para French’s
Mill, em New York, retornou ao Brasil para trabalhar na IFOCS, seção RN, entre
1918 e 1923, quando foi contratado pela inglesa Norton Griffth and Company para
superintender a construção da barragem do Acarape, no Ceará (informações baseadas
nas entrevistas com os srs. Paulo O’Grady (em 2001), Osório Dantas e Edgard
Dantas (em 2000), no The Cycle Class (1918) do AIT, enviadas por Catherine
Bruck (em 2000), e em extratos d’A Repúblic).
Nos jornais, as primeiras informações que temos sobre Omar
O’Grady fazem referência ao aluno que, então, prestava exames para o Atheneu
Rio Grandense, principal instituição de ensino do Rio Grande do Norte no início
do século XX, formou e reuniu membros da elite local onde cursaram o
secundário, inclusive personagens que fizeram parte da Intendência à época em
que O’Grady a presidia. O jovem O’Grady será aprovado plenamente nos testes
realizados para essa instituição, no ano de 1905. O detalhe era que os exames
feitos pelo estudante prestes a completar onze anos eram destinados aos que
desejavam cursar direito (A REPUBLICA, Natal, 21 fev. 1905; 22 fev. 1905.).
Do mesmo ano é a primeira nota de aniversário de Omar O’Grady
publicada n’A Republica. Nessa época, Omar O’Grady era lembrado como o “filho
do sr. Coronel Alexandre James O’Grady (Id., Natal, 17 fev. 1905.)”, o velho
O’Grady, como denominará Cascudo, membro do segundo Conselho de Intendência
(1896-1898), republicano incorrigível, honesto, íntegro, amante dos maiores
valores éticos e morais, nas palavras desse estudioso (CASCUDO, Luís da Camara.
O Livro das Velhas Figuras. Vol. III, p. 90). E é assim também, como filho do
“velho O’Grady” que o jovem O’Grady será lembrado em outra nota de aniversário
de 1909, ano em que obtém o primeiro prêmio como aluno do Atheneu Rio Grandense
(Ver, respectivamente: A REPUBLICA, Natal, 17 fev. 1909; 05 maio 1909.).
Demorará certo tempo para que o personagem de que ora
tratamos comece a ser citado pelos seus feitos. Em 1919, uma matéria de
destaque trata do jovem engenheiro Omar O’Grady que, recém-formado no curso de
engenharia civil na Universidade de Chicago, viera visitar a redação d’A
Republica. O texto da matéria ressalta que O’Grady, desde tenra idade, mostrava
inteligência e competência, tendo sido laureado no Atheneu. Na América,
conseguira aperfeiçoar os seus dotes, sem deixar, de maneira alguma, conforme o
referido texto, de cultuar a terra natal, ao realizar conferências públicas em
Chicago sobre a sua cidade. A matéria ressalta ainda que na visita feita pelo
engenheiro, o jovem discutiu com os redatores d’A Republica, entre outras
questões, sobre as diversas possibilidades de intercâmbio entre o Brasil e os
Estados Unidos. Por fi m, mais elogios a esse personagem, brilhante moço que
honrou o nome do Rio Grande do Norte em terra estrangeira (A REPUBLICA, Natal,
22 abr. 1919.).
Em 1923, uma nota breve nos informa algo sobre a atuação
profissional desse engenheiro. Consta, na dita nota, que O’Grady superintendia
a “construcção do grande açude Acauã, uma das grandes obras da Inspectoria de
Seccas” (IFOCS – Inspetoria Federal de Obras contra as secas). Regressando a
Natal, tendo partido da capital cearense pelo vapor Iragybe, “o jovem e
distincto conterrâneo (Id., Natal, 29 dez. 1923.)” hospedarase, juntamente com
Izabel Dantas, sua primeira esposa, na casa de seu sogro, o sr. Manoel Dantas,
onde vinha sendo muito cumprimentado.
Izabel Dantas faleceu em 1925. Sua morte, conta-nos o padre
Jorge O’Grady, causou grande pesar para Omar O’Grady. Com uma filha para criar,
segundo seu sobrinho, quem melhor poderia ajudá-lo em tal tarefa, senão a
cunhada? Com esse pensamento, segundo Jorge O’Grady, Omar casou-se com Leonor
seis meses após a morte de Izabel. Para além do exposto, certamente, era
significativo para O’Grady a manutenção dos laços com a família Dantas (Sobre
os seus matrimônios, ver: PAIVA, Jorge O’Grady de. Nos caminhos das letras e
das ciências, p. 250-251).
Com o falecimento do seu sogro, Manoel Dantas, em 15 de junho
de 1924 – que ocupava então o cargo de presidente da intendência municipal
desde 01 de maio desse mesmo ano por indicação do Partido Republicano Federal
-, Omar O’Grady, engenheiro educado nos Estados Unidos, de onde trazia o seu
cabedal de conhecimentos e a influência da iniciativa realizadora e pragmática,
como os jornais compraziam-se em informar, passou a ser o nome mais lembrado
para assumir o cargo vago (Cf. “um engenheiro de valor – Dr. Omar O’Grady e a
sua capacidade de trabalho”, A República, Natal, n.198, p.01, 31 ago. 1924).
Se a formação norte-americana dava mais credibilidade à
indicação de O’Grady como presidente da intendência e constitui-se numa
influência fundamental para discutir a sua administração e o novo “projeto”
modernizador das elites que se articulou na segunda metade dos anos 1920, pode-se
afirmar que os vínculos estabelecidos com o grupo dominante de então lhe deram
a legitimidade necessária para que assumisse o cargo. Casado com Isabel Dantas,
primogênita de Manoel Dantas, adentrava assim na trama de relações familiares
do grupo político e econômico dominante (Manoel Dantas, assim como Juvenal
Lamartine, casou-se com uma das filhas do Cel. Silvino Bezerra, considerado o
patriarca da chamada “oligarquia do Seridó”; eram, portanto, concunhados e tios
de José Augusto (Cf. Araújo, M., 1998; Souza, 1989).) ademais, seu pai,
Alexander O’Grady, estava, desde o final do século XIX, estabelecido como
construtor em Natal, onde exercera o cargo de intendente no triênio 1896-1898.
FONTE – FATOS E FOTOS ANTIGAS DE NATAL
OMAR GRANT O’GRADY
OMAR GRANT O’GRADY, FOI PRESIDENTE DA INTENDÊNCIA MUNICIPAL DE NATAL, NO PERÍODO DE 15 DE JUNHO DE 1924 A 31 DE DEZEMBRO DE 1928; PRIMEI...

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